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Não é apenas sobre comer com calma e tranquilidade, mas também sobre se preocupar com a origem dos alimentos que consumimos e como nossos hábitos à mesa impactam o mundo

Cada vez mais necessário e atual, o Slow Food surgiu há 36 anos, na Itália – uma das principais referências mundiais em gastronomia. Tudo começou com um protesto liderado por Carlo Petrini, jornalista e hoje embaixador da boa vontade da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), contra a inauguração de uma famosa rede de fast-food no centro de Roma.

Contrapondo-se à venda de um alimento tão pobre em valor nutricional e cultural, além de altamente calórico, os manifestantes ofereciam uma porção de massa aos pedestres que passavam pelo local. O objetivo era demonstrar oposição ao simbolismo representado pela franquia, assim como a ameaça que ela representava ao patrimônio alimentar da região.

O que é Slow Food?

Com o tempo, o Slow Food passou a dar atenção à biodiversidade alimentar e à cadeia produtiva de um alimento – das práticas adotadas pelos produtores até os hábitos dos consumidores.

Presente em mais de 160 países, inclusive aqui no Brasil, o movimento busca relacionar o prazer da boa comida com o comprometimento e a responsabilidade com as pessoas e o planeta, defendendo a agrobiodiversidade e a cultura alimentar, promovendo a educação alimentar e a valorização de um alimento bom, limpo e justo para todos. Além de inspirar outras ideias, como a do Slow Travel.

De acordo com a filosofia, quando estamos cientes de todas as etapas que envolvem um alimento, como origem, história e cuidados com o preparo, nossa relação com a comida se altera, tornando-se ainda mais rica e saborosa.

A seguir, conheça algumas ações recomendadas pela rede global e que podem ser incorporadas ao nosso dia a dia:

Direito ao prazer

Em seu primeiro manifesto publicado, o grupo ressaltou a necessidade de nos relacionarmos de uma forma diferente com os alimentos. Mais do que um simples combustível, a comida pode – e deve – agradar aos nossos sentidos. Tocar, sentir o cheiro e até experimentar alguns alimentos frescos em uma feira próxima à sua casa, por exemplo, é uma ótima maneira de fazer isso. 

Outra sugestão é ter uma hortinha. Colocar a mão na terra, observar o crescimento das espécies e, por fim, saborear o gosto incrível das ervas, hortaliças e temperos produzidos em casa. Lembrando que nós, da Yes We Grow, temos muitas opções de cultivo para deixar a sua colheita ainda mais saborosa! 

Preparar e consumir as refeições em casa, sabendo a procedência dos ingredientes utilizados, colocando em prática aquela receita tradicional da família, dedicando carinho e atenção ao processo também faz toda a diferença.

Preservação da biodiversidade

Além de chegar em nossos pratos da maneira mais limpa e ambientalmente responsável possível, o movimento Slow Food acredita que a globalização e a industrialização dos alimentos promovem uma padronização do sabor, comprometendo a variedade e os saberes de cada país ou região. 

Por isso, uma das iniciativas da instituição é a identificação e a catalogação de alimentos que compõem a sociobiodiversidade e as tradições alimentares locais que estão ameaçadas. A ideia da chamada Arca do Gosto é estimular a produção e o consumo desses alimentos regionais, como o guaraná, o arroz vermelho e o pequi. Vale ressaltar que nos casos mais graves, quando os produtos estão em situação extremamente vulnerável, o Slow Food busca interromper seu consumo e promover sua preservação e reprodução.

Apoio ao produtor local

O movimento também estimula os consumidores a conhecerem os pequenos produtores das regiões onde vivem. Além de apoiar o trabalho desses trabalhadores, oferecendo uma remuneração justa, essa é uma ótima maneira de conhecer produtos tradicionais locais.

A ideia é seguir a premissa mesmo quando estiver fora de casa. Ao viajar, por exemplo, dê preferência a um restaurante local e permita-se conhecer um pouco mais sobre a cultura e a história do local.

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