As hortas comunitárias nas cidades contribuem para uma alimentação mais saudável, resgatam o sentido de vizinhança e ajudam na conservação do meio ambiente
Quem segue apressado pela Avenida Paulista, em São Paulo, talvez nunca tenha percebido. Mas, quem se permite observar, entre um farol vermelho e outro, com certeza já foi impactado pela Horta do Ciclista, localizada na altura do metrô Consolação. Fixada em um dos pontos mais movimentados da cidade, desde 2012 a horta comunitária é um respiro verde em meio ao concreto. Com cultivos de tomate, cebolinha, manjericão, couve e muitas outras espécies, é um exemplo do movimento mundial que pretende tornar as áreas urbanas mais verdes e sustentáveis.
De acordo com a plataforma Sampa+rural, que reúne iniciativas de agricultura, turismo e alimentação saudável, a capital paulista já tem mais de cem hortas urbanas espalhadas por todos os cantos da cidade, da periferia até regiões mais centrais. A ideia principal desses espaços verdes coletivos é mobilizar a população local para ocupar ruas, praças e outros lugares da cidade para estimular o cultivo de frutas, legumes, verduras e outras espécies para consumo.
Fazer das ruas nossos jardins
Ajudar as pessoas a produzirem o seu próprio alimento, seja em hortas comunitárias ou caseiras, contribui para a redução da pobreza, melhora a saúde e, claro, auxilia na preservação do meio ambiente. Não à toa a prática é recomendada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Nós da Yes We Grow também somos entusiastas das hortas urbanas! Por isso, selecionamos três pontos incríveis que fazem do cultivo comunitário um verdadeiro sucesso. Confira:
1. Fortalecimento da comunidade
As plantações colaborativas estimulam o senso de pertencimento dos moradores com a região onde vivem, promovendo encontros e reforçando o convívio social. Sem falar que recuperar áreas até então esquecidas ou inutilizadas melhora a segurança do local. Para espantar a violência, nada melhor do que ter ruas devidamente ocupadas por pessoas e projetos maravilhosos!
2. Hábitos alimentares mais saudáveis
Plantar significa oferecer à população escolhas mais conscientes e equilibradas. Democratizar o acesso às hortas ajuda a diminuir a dependência por produtos industrializados, assim como diminui a compra de alimentos com muitos atravessadores – o que torna os produtos ainda mais caros. Outra coisa legal é que cultivar o próprio alimento aumenta o repertório das pessoas daquilo que pode ir ao prato. Uma das espécies mais cultivadas nesse tipo de horta são as Plantas Alimentícias Não Convencionais, ou Pancs, conhecidas por serem altamente nutritivas.
3. Resgate da natureza
Em cidades tipicamente cinzas, as hortas são guerrilheiras da natureza, contribuindo para a purificação do ar e oferecendo um momento de respiro e pausa em meio ao caos das cidades. A prática também aumenta o acesso a alimentos orgânicos, uma vez que a maior parte dos cultivos dispensa o uso de agrotóxicos e transgênicos.
Movimento mundial
Em espaços públicos ou privados, em regiões centrais ou periféricas, as hortas comunitárias estão ganhando o mundo. Conheça algumas iniciativas e inspire-se!
Brooklyn Grange, em Nova York (EUA)
Fundada em 2010 e localizada em um dos principais bairros da cidade, é um dos principais tetos verdes das Américas. Anualmente, cerca de 50 mil kg de alimentos orgânicos são cultivados e vendidos em feiras e mercados locais, sendo que 30% da colheita é destinada para as pessoas mais carentes da comunidade. Além disso, o espaço busca oferecer uma vida urbana mais sustentável, realizando diversos programas e eventos educacionais destinados à população local.
The Incredible Edible Todmorden, na Inglaterra
Apesar de ser uma cidade pequenininha, Todmorden possui nada menos do que 40 hortas públicas espalhadas pela região. Até o cemitério tem a sua própria plantação! A ideia é que qualquer morador possa realizar a colheita dos vegetais, legumes e ervas cultivados, além de contribuir para a manutenção do projeto.
Nature Urbaine, em Paris (França)
Localizado nos telhados do Parque de Exposições de Versalhes, há 15 metros de altura, o projeto coloca em prática as mais avançadas técnicas de plantio. São diversas espécies com ciclo curto de produção, cultivadas em aquaponia e aeroponia – métodos que dispensam o uso de terra. O cultivo é orgânico, com sistema automático de adubação e irrigação. Além de abastecer um restaurante próprio, as espécies cultivadas são comercializadas em pequenos mercados locais.
Parque Madureira, no Rio de Janeiro
Ainda neste ano, o espaço vai receber aquela que será a maior horta urbana do mundo. Com 110 mil metros quadrados, a plantação ficará às margens da linha férrea do parque e terá como principal objetivo contribuir com a geração de renda de 50 mil famílias de baixa renda, até 2024. A região já possui duas hortas que somam 1800 metros quadrados. Após a expansão, os espaços serão interligados e o resultado será uma grande horta equivalente a nada menos do que 15 campos de futebol!
Plante você mesmo
A onda do cultivo coletivo veio para ficar! Além de contribuir com a implementação ou com a manutenção de uma horta urbana perto da sua casa, que tal levar o cultivo de alimentos para dentro do seu lar?
Nós sabemos o quanto isso pode transformar a sua vida, contribuindo com hábitos alimentares mais saudáveis e oferecendo um momento de pausa e tranquilidade em meio a uma rotina que costuma ser supercorrida e atribulada.
Acredite, mesmo quem mora em um apê pequeno ou em uma casa sem muita iluminação natural não tem desculpa! Isso porque com a nossa Horta Inteligente você consegue plantar salsa, rúcula, couve, rabanete e muitas outras espécies em qualquer espaço.
Outra vantagem é que você não precisa se preocupar com água e luz, já que a horta possui ciclo de iluminação automático e sistema autoirrigável com autonomia de até 25 dias. É só ligar na tomada e aproveitar todos os benefícios!